CB3D - Modelos Perdidos I

Encontrei uma imagem do modelo da Igreja de Santa Maria do Castelo, feito por mim à 2 anos, numa fase inicial do Projecto. Decidi partilhá-la aqui, apesar de estar diferente actualmente, pois denuncia o meu pouco uso de linhas curvas, numa tentativa de fazer modelos fáceis de renderizar.

Imagem 1 - Vista Sul de uma hipotética Igreja de Santa Maria do Castelo.

Isto dá-me uma certa nostalgia... lembro-me de todos os problemas que tive para chegar até ao ponto que a imagem denota, iria eventualmente abandonar esta linha de desenvolvimento e começar de novo.

Para quem me leia parece que nunca tenho tempo livre, a verdade é que não tenho, são 4 da manhã e eu estou a trabalhar no Projecto de final de curso (na verdade agora fiz um intervalo para postar isto, obviously, pois encontrei esta imagem enquanto procurava um pdf sobre RSSF)!

O modelo da Igreja foi baseado na altura - Maio de 2009 - num desenho feito por Simão Matos, que nunca consegui descobrir quem efectivamente é, e ao qual mando um grande abraço! : )

Este sítio já precisa é de uma cara nova,
Kenny.

14 comentários:

  1. Bugs disse...:

    por falar em caras... não podes desvendar um pouco o véu, sobre os futuros heróis? Não sei, tipo um esboço do desenho como eles serão?

    Beijocas

  1. Kenny disse...:

    Não posso fazer isso pela mesma razão que não mostro modelos que ainda esteja a usar, pois se quiser mudar de opinião vou estar restringido por opiniões externas.

    Isto é, imagina que posto uma imagem de um modelo tridimensional e digo que é o herói, e as pessoas até gostam, se depois quiser mudar o herói completamente vou estar condicionado...

    Enfim, eu vou mostrando linhas de desenvolvimento que foram abandonadas. xD

  1. Bugs disse...:

    hmmm entendo... e talvez a nivel privado?

    convenço-te?? :P

  1. Manuel Pereira disse...:

    Simão Matos foi uma das muitas pessoas que participou nas escavações do castelo da década de 80.

    Nunca percebi porque é que ele colocou contrafortes na fachada lateral da igreja, visto que deles não existem quaisquer vestígios arqueológicos e também não constam nas imagens do livro das fortalezas.

  1. Kenny disse...:

    Do lado Norte há algo que a meu ver poderia ser um contraforte, que foi parcialmente destapado durante as ultimas escavações.

    Vou ver se encontro a fotografia! :)

  1. Manuel Pereira disse...:

    Sim, quando visitei as escavações em Julho de 2008 também vi essa estrutura, mas não me parece que seja um contraforte. Por outro lado, a mesma não era conhecida em 1989 quando Simão Matos fez o desenho. Existe um contraforte da fachada principal e um outro na passagem da nave para o altar, ambos do lado norte, mas são resultado de obras contemporâneas, posteriores às invasões francesas.

  1. Kenny disse...:

    A igreja que existia na altura do Duarte d'Armas foi derrubada na década de 1640 por tropas castelhanas, sobraram segundo consta paredes que foram usadas para a segunda reconstrução que seria de novo deitada abaixo.

    Do que lá está hoje apenas o solo - muito alterado - é original. Portanto acho que o Simão Matos usou paralelismos para estabelecer uma ideia de como poderia ser a Igreja. Não sei!

    Mas os contrafortes são mais góticos, e usados em projectos maiores que simples igrejas... e eu acredito que a igreja seria artisticamente pobre, românica e cujo maior interesse seria a localização dos sinos no muro... Claro que estou a falar no Séc XIV que é quando me interessa fazer o modelo, na altura do Duarte d'Armas muito provavelmente a Igreja foi remodelada, pois entraram imensos judeus na cidade - expulsos de Espanha - e houve um church boom em Castelo Branco. Infelizmente não tenho provas disso, mas é algo possível, visto que a Igreja do Castelo ainda era mais importante que a Igreja de São Miguel (que foi mesmo remodelada no séc. XVI).

    Só a Igreja dá para muito paleio, o solo que lá está tem caracteres visigóticos (ou suevos, para mim é tudo mandarim), isso ajuda a datar a igreja? (ou o solo pelo menos?)

  1. Manuel Pereira disse...:

    Confesso que das duas vezes que estive na igreja não olhei com a devida atenção para o pavimento e para as epígrafes aí presentes. Também já me disseram que já foi muito mexido nos restauros que tiveram lugar nos anos 50 e em obras pontuais posteriores.

    Gostei da expressão "church boom". Não há dúvida que é a melhor forma de caracterizar o surgimento massivo de igrejas e capelas na Castelo Branco do século XVI. Nas que dessa época ainda "sobrevivem" havia uma estrutura, mais tarde retirada e que a meu ver, por volta do século XVI poderá ter sido acrescentada a Santa Maria. Mas é apenas uma teoria com base em alguma documentação que precisa ainda de "leitura" mais atenta da minha parte.

    Quanto a São Miguel... é um facto que terá sido progressivamente remodelada e que não seria mais importante que Santa Maria.
    Mas ainda ninguém me soube explicar, de forma clara e sem "ses":
    o que é uma igreja com aquela dimensão (como está no Duarte d'Armas),
    que já vem referenciada como sendo da Ordem do Templo no século XIII,
    e com sarcófagos em arcosólidos, além da necrópole, faz fora das muralhas da vila...
    Esse, para mim, é um dos maiores enigmas do urbanismo albicastrense.
    É óbvio que tenho teorias, mas preciso de factos... (era a este mistério que me referia no blog História Albicastrense, no 1.º post sobre o D d'A)

  1. Manuel Pereira disse...:

    Gosto deste debates de ideias...
    (onde é que está o botão?)

  1. Kenny disse...:

    Há o mito de que a Sé Concatedral terá catacumbas, a que se acederiam por uma passagem perto do altar mor. E há vários mitos que falam de catacumbas na zona da Sé.

    Digo isto porque realmente nunca pensei muito na Igreja de São Miguel, mas é verdade que é antiga e que desde sempre se situou fora das muralhas. É capaz de ter segredos interessantes.

    Eu assim de cabeça não me recordo das origens da Igreja de São Miguel, mas pode ter começado como um convento, e isso explicaria a localização. As muralhas iniciais seriam mais pequenas e não estariam tão perto da Igreja, havendo provavelmente imensos terrenos para cultivo.

    Digo isto devido ao Convento de Santo António que era inicialmente habitado por 3 frades que tratavam de imensas terras e gado (isto porque li algures um protesto relativamente ao facto de 3 frades terem imensas cabeças de gado numa altura em que se passou fome em Castelo Branco).

    E a vista de Duarte d'Armas tem imensas peculiaridades, que vou tentar explicar no outro blog, mas nunca sequer tinha pensado no porquê da Igreja de São Miguel estar fora das muralhas, sendo que se foi construída no Século XIII é invulgar. Muito invulgar mesmo.

    E para ser honesto tenho dúvidas em relação à vista de banda de noroeste. Acho que foi desenhada à pressa e de posições diferentes. Falta uma torre (a Sul), a torre de menagem está... diferente (ver os lados) e há uma entrada que não está desenhada (esta última pode até nem estar incorrecta, mas ser um das inúmeras coisas que foram sendo alteradas, pois hoje em dia a muralha ainda lá está, mas não dá para ver qualquer porta).

    Enfim, eu também gosto destas trocas de ideias, dá para ver diferentes pontos de vista. :-)

    (Que botão?!)

  1. Manuel Pereira disse...:

    Nunca tinha ouvido falar dessa história das "catacumbas" da sé.
    Em relação a túneis também já tinha pensado nisso, mas o geológico local não é muito simpático para essas aventuras, apesar de desconhecer a que profundidade ele se encontra, visto que não é regular em zona zona histórica e sua envolvente.

    Também já andei a matar a cabeça com a questão das portas do Dd'A. Não sei até que ponto não terão havido portas que mudaram de nome ao longo da evolução da cidade.


    (o botão do gosto do facebook)

  1. Kenny disse...:

    Os mitos das catacumbas da Sé começaram por causa da história de uma parteira que foi raptada, taparam-lhe os olhos e levaram-na para uns túneis algures perto da Sé. Aí ela ajudou uma rapariga a dar à luz, pagaram-lhe, voltaram a tapar-lhe os olhos e trouxeram-na ao sítio onde ela estava. Eu ouvi a história ao vivo da senhora, já idosa e achei inacreditável, mas ela contou com uma reverência impressionante... enfim. Mas ela assegura que foi levada para algures debaixo de terra, perto da Sé, e que uma amiga lhe contou que por detrás do Altar-mor da Sé é possível aceder a umas catacumbas. Strange hu?! Mitos aqui em CB não faltam. lol.

    A questão das portas pode estar ligada à própria reconstrução/reforço que foi sendo feito às muralhas. Há portas que podem ter sido fechadas, ou abertas (portas mesmo, não postigos).

    Temos de ver ainda que a nomeação das portas advinha do seu uso ou de alguma peculiaridade. Daí porta de Santarém e Porta do Relógio (cuja nomeação é ridícula considerando que não havia relógio ali na altura). Há ainda uma certa standardização nos nomes das portas dos castelos, como Porta do Ouro (a principal) e Porta da Traição (que em CB no séc. XVI estava tapada, servindo de armadilha mortal).

    Portanto acho que sabendo os nomes que as portas tinham é possível saber mais ou menos a sua localização.

    Considero que a Porta do Relógio não deveria ter esse nome, que a Porta de Santiago não devia estar localizada no sítio oposto ao bairro normalmente designado como Santiago (desde o Séc. XV pelo menos, quando foi aí construída a primeira estalagem de Castelo Branco)e já li publicações que davam à porta da alcáçova distintos nomes: Porta de Santarém, Porta do Ouro e Porta da Alcáçova.

    (ah, lol! Nota-se que sou um leigo em FB!)

  1. Manuel Pereira disse...:

    Não havia relógio, mas era onde estava o sino que avisava que o pôr-do-sol estava próximo e que as pessoas que estivessem no campo tinham que voltar antes das portas da muralha fecharem.

    Quando a Santiago também nunca percebi a localização oposta ao bairro.
    O cónego Anacleto Martins, quando foi anunciada a construção da igreja de Santiago actual, também abordou a questão (Reconquista n.º 1767, de 13.7.79).

    (depois de explicar o porquê, lembrei-me que nem toda a gente tem facebook)

  1. Kenny disse...:

    Ainda assim considero que chamar Torre do Relógio é irreal. Até porque horologium (dito de cabeça) é latim para intervalo de tempo. Já havia relógios mecanizados no Séc. XIII, mas o relógio só muitos séculos depois foi ali instalado (ainda hoje dá para ver o sítio onde estava).

    Também havia um sino no telhado da antiga Câmara / Biblioteca, na Praça Luís de Camões que tinha o mesmo propósito.

    E recordei-me de outro sino que está perto da Judiaria, no cimo de um muro que acredito que servisse para avisar os judeus da hora a que deviam retornar à Judiaria (só podiam andar fora desta com autorizações especiais).

 
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